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ANTEPROJECTOS magazine

Da crise à reabilitação

O sector da construção sempre foi o motor de desenvolvimento da economia portuguesa, tanto pelas sinergias que cria como pelos postos de trabalho que representa. Após o boom da construção dos anos 90, Portugal encontrava-se com um excesso de oferta de habitação nova e os centros urbanos proliferavam. No entanto, à medida que assistimos ao agudizar da crise, temos vindo a assistir igualmente à degradação deste sector e à diminuição da sua atividade, tanto em termos de construção particular como de obras públicas. O resultado deste excesso de oferta, da crise e do aumento da dificuldade no financiamento bancário foi um enorme parque imobiliário que, embora novo, se encontra desabitado e em rápida degradação...

Nos últimos anos, a reabilitação do edificado dos centros históricos tem recolhido a preferência de casais que procuram habitação permanente em zonas urbanas devido aos incentivos municipais para o rejuvenescimento das zonas nobres das cidades e aos custos mais reduzidos de aquisição.

Neste sentido, o sector da construção deverá procurar adaptar-se a esta nova tendência, procurando aliar a riqueza arquitetónica existente com materiais e soluções inovadoras, cumprindo todos os requisitos legais e ambientais existentes. Na reabilitação importa ainda ter em atenção a reorganização do espaço interior, conferindo maior valor ao imóvel e proporcionando uma melhor qualidade de vida. Neste aspeto, a dimensão dos espaços interiores e a inexistência de um correcto isolamento térmico e acústico representam alguns dos principais problemas destes imóveis. Assim, seguindo as tendências do mercado, a utilização de portas de correr embutidas, caixilharias em alumínio e de outros materiais inovadores, permitem articular de forma mais eficiente o espaço existente. O aparecimento de diversas empresas na área da recuperação e reabilitação de imóveis é prova dessa tendência que, acreditamos, ser a solução mais imediata para responder aos efeitos da crise e para dar um novo impulso ao sector e à economia portuguesa.


Jaime Filipe Grosso, artigo de opinião, in Anteprojectos (Março 2013)

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